Mamma mia! Viagem pela Itália: Veneza

18:54


De volta com nossa viagem pela Itália, pegamos um trem bastante simples de Verona para Veneza - Mestre e descemos na estação. Ficar na ilha é absurdamente caro, então decidimos ficar em um lugar mais barato no continente. Pelo que havíamos entendido, era bastante fácil ir de um lugar para o outro, então não deveria ser um problema - ainda mais porque íamos ficar apenas um dia.

Não contávamos, porém, com o fato de que nosso anfitrião do Airbnb não ia estar em casa no horário em que havíamos combinado com ele! Andamos por pelo menos quinze minutos até chegar ao prédio certo e tocamos a campainha uma vez. Duas, três. Olhei pra Ina, meio tenso. Toquei mais umas cinco vezes e nada. Começamos a nos desesperar e, enquanto a Ina procurava o telefone pra ligar pro homem, eu tocava um sem-fim de vezes a maldita campainha, até que alguém atendeu do outro lado.

A bandeira linda da cidade!

E não era o anfitrião! Era um outro hóspede, cuja namorada estava ficando assustada com a quantidade de vezes que a campainha tocou. Ele acabou abrindo a porta pra gente depois de eu falar o nome do dono da casa e o que estávamos fazendo lá, mas foi esquisito e, pra falar a verdade, quando o homem chegou, ele também era esquisito. Pelo que eu percebi, aquela casa servia quase exclusivamente para alugar pelo Airbnb, mas o cara não deu muita atenção pra gente e agia de um jeito... bom, parecia que ele tava doidão. De qualquer forma, a noite passou sem grandes incidentes e saímos do apartamento para pegar um ônibus para a ilha de Veneza.

Eu nem sabia que dava pra chegar de ônibus em Veneza, mas tchã-rã!, existe até uma estação de trem lá. A questão é que ela só chega na ponta da ilha, então todo o resto tem de ser feito a pé. Pegamos nossas tralhas e levamos pro depósito de bagagens da estação, onde passamos pelo menos quarenta minutos antes de entregar a mochila que decidimos deixar por lá - conhecendo, na fila, uma família indiana de seis pessoas com pelo menos dez malas enormes que estava fazendo um tour pela Europa. O pai da família era gente fina, e conversamos um pouco sobre por onde eles tinham passado e sobre a quantidade de malas - que aparentemente era bastante na opinião dele, também.

Dependendo de por onde se andar, há muitos turistas ou uma quantidade menor. São raros os lugares onde não tem ninguém!

Tudo pronto, saímos a pé por Veneza! Esse era, afinal de contas, o meu sonho: passear pela cidade um pouco a esmo, sem me importar muito para onde estava indo e tentando encontrar algum cantinho menos cheio de turistas (como nós) e que pudesse chamar de nosso. O nosso caminho foi completamente randômico, passando por ruelas, caminhos mais largos, pontes pequenas e grandes. Falei pra Ina que o melhor era comermos longe da parte turística (ainda que a ilha inteira seja turística e repleta de turistas), porque seria mais caro mais pra frente. Pagamos um valor considerável na massa mais barata do menu em um restaurante chamado Alla Madalena - espaguete com molho de tomate - e seguimos em frente para descobrir que estava chovendo.

Vestimos nossas capas de chuva, mas nós as mantivemos por no máximo dez minutos: eram completamente ridículas! E era estranho andar com elas, então decidimos que era melhor nos molharmos um pouquinho e não nos sentirmos tão mal. No final, nem choveu muito!

Essas pontes não são um charme? Eu queria passar uma semana inteira explorando essa cidade!

A cidade é cheia de ruelas estreitas que parecem não dar em lugar nenhum, ou que fazem voltas e mais voltas e acabam em uma igreja saída do nada ou uma outra ruela menor, ou uma rua grande, ou um canal. As ruas principais são entupidas de turistas - o que não é de se surpreender -, e eu teria preferido ficar à noite, que, segundo li, torna Veneza uma cidade deserta. Todos os turistas que vêm nos gigantescos cruzeiros vão embora no final do dia, deixando a cidade para quem estiver lá. Não foi o nosso caso.

De qualquer forma, eu e a Ina encontramos o lugar perfeito ao topar com um bequinho mal iluminado chamado Ramo Dragan e que levava até a água de algum canal, passando por uma seção de teto baixo e dando em um píer que adentrava o grande canal. Ficamos embasbacados com a descoberta, e admiramos o grande canal e a ponte do Rialto que conseguíamos ver no dobrar da esquina. Era solitário o suficiente, ainda que um casal tenha aparecido enquanto estávamos lá - mas fomos resistentes e eles foram embora antes de nós, deixando o píer pra gente de novo.

O beco que levava até o grande canal.

Chegando à ponte do Rialto começou a chover de novo, então não passamos lá muito tempo ali. Andamos um pouco mais e passamos por muitos gondoleiros, cobrando os 80 euros que custava o passeio de gôndola, muitas lojas de máscaras e muitos restaurantes caríssimos. Aliás, foi em Veneza que vimos um relógio da Rolex (no meio dos outros, como se não fosse grande coisa) que custava 81 MIL EUROS. Isso dá quase 300 MIL REAIS na cotação de hoje!

Essa é a vista que nós tínhamos do píer que encontramos no final do beco! A gente tava mesmo dentro do canal!

Enfim alcançamos a Praça de São Marco, o ponto principal da visita, e observamos absolutamente tudo ao mesmo tempo em que procurávamos um banco (n-ã-o  h-á  b-a-n-c-o-s  e-m  V-e-n-e-z-a), desde a torre do relógio, a basílica, a Ponte dos Suspiros e a parte de fora do Palácio Ducal. Ficamos admirados com a beleza da bandeira da cidade, finalmente encontramos o suvenir que eu tanto procurava (uma moeda LINDA da cidade) e fomos adiante, passeando por mais ruas, entrando no museu da música, passando a ponte de madeira da Accademia, ignorando a entrada do museu e indo atrás da Basílica de Santa Maria della Salute, que fica do outro lado do grande canal e sempre aparece em muitas fotos da cidade.

A Ina na frente da Basílica de São Marcos! (Pombas voando cortesia do rapaz ali no lado)

Lá, vimos paparazzis se escondendo em um lugar e outro, e vi que a pessoa de quem estavam tirando fotos era o tal Adrien Brody, o cara do filme O Pianista e outros, tipo O Grande Hotel Budapeste! Ele estava de boné e tudo o mais, mas, depois de uma análise minuciosa, decidimos que era mesmo ele - até porque os paparazzis eram a confirmação.

Nós em Veneza!

Já um pouco apavorados (tá, só eu) com a perspectiva de perder o trem para Florença, que íamos pegar ao final da tarde, eu e a Ina começamos nosso caminho de volta para a estação. Foi nisso que finalmente ouvimos alguém tocando um violoncelo e AH! o que eu tanto esperava: um homem tocando o Inverno das Quatro Estações em copos de cristal. Indo para a estação passamos por uma região da cidade que parecia mais simples, menos cheia de turistas, mas não tivemos muito tempo para apreciar a coisa porque tínhamos de seguir as plaquinhas que levavam até a estação (aliás, as plaquinhas são a melhor maneira de andar pela cidade, quando se quer se perder - mas não tanto).

O grande canal do topo da ponte do Rialto.

Evidentemente chegamos à estação a tempo, retiramos nossas malas e seguimos para a etapa seguinte da viagem, esperando que a anfitriã estivesse em casa, dessa vez...

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Postado pelo Fabio

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Obrigado pela visita! :D